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Centro de Medições

De acordo com o Livro de Instruções Gerais de Baixa Tensão da ENEL ( LIG-2014 ), o Centro de Medição é o “conjunto constituído, de forma geral, de caixa de distribuição ou seccionadora, caixa(s) de dispositivo de proteção e manobra, cabina de barramentos, caixa(s) de medição e caixa(s) de dispositivos de proteção individual”.

De maneira mais simples, é o local em que se recebe os condutores vindos da rede elétrica para, então, realizar a medição do consumo elétrico e distribuir a energia para as Unidades consumidoras.

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Entrada de Energia

É o ponto de conexão entre a rede elétrica da concessionária e as instalações elétricas do imóvel. A Entrada de Energia pode se dar através de ligação aérea ou subterrânea.

Ligação Aérea

Nas chamadas ligações aéreas, os cabos da rede chegam a uma coluna próxima à via pública, ou ainda na fachada do edifício (através de armação pressbow).

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Figura 2: Exemplo de coluna de Entrada de Energia.

1.2. Ligação subterrânea

A ligação subterrânea se dá em regiões em que a rede de distribuição está abaixo do nível do solo, diretamente enterrada ou em dutos. O ponto de entrega fica localizado no limite da propriedade com a via pública.

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Figura 3: Exemplo de ligação subterrânea (retirado do LIG-2014).

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Figura 4: Exemplo de ligação subterrânea, em que o ramal de entrada e o Centro de Medição também estão em pavimento inferior ao nível da via pública (retirado do LIG-2014).

1.3 Ramal de Entrada

Da Entrada de Energia, estes condutores seguem rumo ao Centro de Medição. Dependendo da distância entre o ponto de entrega e o Centro de Medição, a concessionária determina que seja instalada uma caixa de seccionamento junto ao ponto de entrega, além de caixas de passagem lacradas, de forma a promover a segurança e facilitar a manutenção das instalações.

Este percurso, compreendido entre o ponto de entrega e a proteção e/ou medição, é chamado de RAMAL DE ENTRADA.

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Figura 5: As caixas dos tipos T, S, X, Z, W ou QDCs podem ser utilizados para o seccionamento dos circuitos de entrada, quando o percurso entre a Entrada de Energia e o Centro de Medição for superior a 25 m. Na imagem, uma Caixa Tipo X.

2. Quadro de Distribuição

O Quadro de Distribuição tem como função receber e seccionar os Cabos Alimentadores Gerais do Condomínio, que vêm da Entrada de Energia, além de distribuir a energia entre as Caixas de Medição de Consumo.

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Figura 6: Exemplos de Quadros de Distribuição. Podem ser utilizadas caixas dos tipos T, S, X, Z, W, além dos Quadros de Distribuição Compactos (QDCs).

Normalmente, junto ao Quadro de Distribuição, é instalada uma Caixa de Proteção contra Surtos de tensão (DPS’s), cuja função é desviar picos de tensão, produzidos por descargas atmosféricas ou manobras na rede elétrica, para o aterramento, de forma a minimizar o risco de danos em equipamentos elétricos.

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Figura 7: Interior de uma Caixa de Proteção contra Surtos (Caixa Tipo D).

As Caixas de Proteção e Manobra são utilizadas em algumas situações, dependendo da configuração do projeto aprovado. Esta caixa tem a função de proteger e seccionar os alimentadores gerais de cada uma das novas caixas de medidores a serem instaladas no Centro de Medição.

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Figura 8: Exemplo de Caixa de Proteção e Manobra, cuja função é proteger e seccionar a alimentação das Caixas de Medição. São normalmente utilizadas a jusante de Caixas Tipo X, Z ou W, que não contêm dispositivos de proteção para os circuitos de saída. Os Quadros de Distribuição Compactos (QDCs) dispensam seu uso, uma vez que já contêm dispositivos de proteção/seccionamento individuais.

Caixas de Medição

Do Quadro de Distribuição ou das Caixas de Proteção e Manobra, os condutores seguem para as caixas de medição, onde ficam os medidores de consumo de cada Unidade. Existem diversos tipos de caixas, que são padronizadas pela concessionária:

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Figura 9: Da esquerda para a direita: Caixa Tipo L, Caixa Tipo M, Caixa Tipo N e Caixas Tipo P


É importante frisar que uma ligação anterior a estes “relógios” medidores não tem seu consumo medido e, por isso, a concessionária instala lacres nas caixas para que não sejam feitas derivações irregulares.

Tomemos a caixa N (que pode conter até 12 medidores) como exemplo:

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Figura 10: Caixa N com 12 medidores instalados.

Os condutores que chegam do Quadro de Distribuição ou da Caixa de Proteção e Manobra alimentam os barramentos da parte inferior da caixa (figura 5). Destes barramentos, são derivados os cabos que passarão pelos medidores (parte central) e seguirão para os apartamentos.

Na parte superior da caixa, chamada de porta-bases (figura 6), localizam-se os disjuntores de proteção individual de cada Unidade. Estes dispositivos de proteção são dimensionados de acordo com a capacidade de todo o sistema elétrico projetado, levando em conta fatores como a capacidade dos condutores, a distância entre o Centro de Medição e a Unidade consumidora e até mesmo os condutos que os contêm. Assim, se a demanda por energia de um morador for superior ao limite seguro deste dimensionamento, esta forma de proteção interrompe a alimentação, de modo a preservar as instalações.

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Figura 11: Exemplo de porta-bases, com os disjuntores de proteção das Unidades devidamente identificados.

Assim como para as Unidades, também há a medição da Administração, isto é, do consumo das Áreas Comuns do Condomínio. Se houver corrente de demanda superior a 100A, ou ainda condutores do ramal de alimentação de bitola superior a 35mm², a medição deve ser indireta.

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Figura 12: Configuração de medição indireta (montagem da concessionária).

Os condutores que alimentam os circuitos das áreas comuns excitam os transformadores de corrente (TC’s), que possibilitam a redução desta corrente, em proporção conhecida, para a medição.

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Figura 13: Circuito equivalente do secundário de um transformador de corrente (TC).


Desta caixa específica para a medição indireta, os cabos geralmente partem para a Caixa de Proteção Individual, se determinado em projeto, ou então diretamente para o Painel Geral das Áreas Comuns, onde se faz o seccionamento, a proteção e a distribuição destes circuitos. Há um disjuntor geral, no qual estão ligados os barramentos que, por sua vez, alimentam outros quadros de distribuição e circuitos das áreas comuns como, por exemplo, iluminação, elevadores, bombas, etc.

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Figura 14: Exemplo de Caixa de Proteção Individual, localizada no Centro de Medição, cuja função é proteger e seccionar a alimentação do Painel Geral das Áreas Comuns.


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Figura 15: Exemplo de Painel Geral das Áreas Comuns.


Medição do Sistema de Prevenção e Combate a Incêndio

O Corpo de Bombeiros determina que a alimentação do Sistema de Prevenção e Combate a Incêndio deve anteceder o primeiro dispositivo de proteção geral da entrada consumidora, para que, mesmo em um eventual desligamento da alimentação do imóvel, em casos de emergência, o sistema continue operante.

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Figura 16: Caixa que contém o medidor do Sistema de Prevenção e Combate a Incêndio, em pintura na cor vermelha

Sistema de Aterramento

O LIG-2014 define aterramento como ligações elétricas intencionais com a terra, podendo ser com objetivos:

  • funcionais, em que há a ligação do condutor neutro à terra, de maneira a equipotencializá-los com a terra, estabelecendo uma referência;
  • de proteção, ligando as partes metálicas não destinadas a conduzir corrente elétrica, com o objetivo de evitar choques elétricos por contato indireto.

Existem diversas configurações de sistemas de aterramento, que consistem, basicamente, em condutores, como cabos ou hastes, enterrados no solo, estabelecendo uma baixa impedância para a dispersão segura de uma corrente elétrica.

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Figura 17: Exemplo de haste cobreada utilizada em aterramentos.


Para concluir, é necessário esclarecer que cada instalação tem suas peculiaridades, necessidades e limitações. Assim sendo, o estudo do caso e a elaboração do projeto têm como objetivo produzir uma configuração adequada e conforme às normas vigentes. O esquema acima, portanto, propõe-se a ilustrar como, de maneira geral, são as instalações, e não abrange as especificidades de cada imóvel.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.  NBR 5410: Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Versão Corrigida. Rio de Janeiro, 2008.

COTRIM, Ademaro A. M. B. Instalações Elétricas. 4. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003.

TRANSFORMADOR de Corrente. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Transformador_de_corrente.

Acesso em: 15 out. 2019.

AES ELETROPAULO. LIG-2014: Fornecimento de energia elétrica em tensão secundária de distribuição LIG BT. 12 ed. São Paulo: AES Eletropaulo, 2014. Disponível em: https://www.eneldistribuicaosp.com.br/Documents/LIG%20BT%2012%C2%B0%20edi%C3%A7%C3%A3o%20%E2%80%93%202014.pdf.

Acesso em: 06 jan. 2020.

SANTOS, Carlos Eduardo da Cruz. REVISÃO DE ATERRAMENTO PARA INSTALAÇÕES PREDIAIS. 2018. 89 f., Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10026282.pdf.

Acesso em: 10 jan. 2020.


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