Com a chegada do calor, todo o mundo quer instalar ar-condicionado em casa. Mas e quem mora em condomínio: pode ou não pode? A resposta é: depende!
A instalação destes aparelhos depende de alguns fatores, que devem ser levados em consideração antes da tomada de decisão, como o impacto estético provocado na fachada, as disposições da convenção do condomínio e até mesmo gotejamentos.
Neste artigo, vamos nos aprofundar sobre a questão das instalações elétricas.
Figura 1. É importante analisar alguns pontos antes de permitir a instalação de aparelhos de ar-condicionado.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Este é o ponto mais delicado da análise, pois uma decisão equivocada pode colocar em risco as instalações e os próprios moradores. Além de verificar o estado atual das instalações (dentro e fora do apartamento) e a conformidade em relação às Normas Técnicas, é preciso avaliar se há disponibilidade de carga para a instalação dos aparelhos de ar-condicionado.
Estes equipamentos demandam uma alta potência elétrica por períodos prolongados, e tendem a ter um uso simultâneo entre os apartamentos (afinal, o calor chega para todo o mundo!). Desta forma, permitir a instalação do ar-condicionado sem um estudo prévio pode provocar uma pane elétrica geral, com a interrupção do fornecimento de energia e até mesmo provocar incidentes mais graves.
Para entendermos um pouco melhor, vamos dividir as instalações em três grandes partes:
1- ENTRADA DE ENERGIA E CENTRO DE MEDIÇÃO
Estes elementos da instalação consistem na conexão com a rede elétrica externa, na proteção e distribuição principal da energia do condomínio. Fazendo uma analogia com a hidráulica, estas seriam o equivalente à tubulação de alimentação principal do condomínio.
Figura 2. Exemplo de coluna de entrada de energia. Este é o ponto de entrega de energia pela concessionária, em que há a conexão da rede externa de distribuição com as instalações internas do imóvel.
Caso muitos apartamentos demandem uma potência maior do que o previsto no projeto original, a entrada de energia (ou tubulação, no caso comparativo) ficará sobrecarregada. Para os casos em que existam dispositivos de proteção funcionais (como os fusíveis), estes elementos atuarão, interrompendo momentaneamente o fornecimento de energia.
Figura 3. Quadro de Distribuição Compacto (QDC-15), no interior do Centro de Medição do Condomínio. Este quadro possui as chaves elétricas gerais do condomínio, responsáveis pelo seccionamento e proteção dos cabos alimentadores da Entrada de Energia e das Caixas de Medição.
Problema maior se dá quando não há proteções funcionais ou, quando existem, estão superdimensionadas. Nesta circunstância, as instalações estão sujeitas às consequências das sobrecargas: superaquecimento de conexões e terminais, danos à isolação dos cabos, princípios de incêndio. É aí que mora o perigo: permitir a instalação de cargas não previstas no projeto original, como aparelhos de ar-condicionado, pode provocar esta sobrecarga.
Figura 4. Em algumas instalações antigas, não há proteção nas alimentações das Caixas de Medição. Isto significa dizer que, caso haja sobrecarga naquele determinado conjunto de apartamentos de uma mesma caixa de medição, não haverá interrupção da alimentação, colocando-a em risco.
A Exclusiva Engenharia é especialista em Projetos e Execução de Reformas com Acréscimo de Carga em Edifícios Residenciais e Comerciais. Consulte-nos!
QUER SABER MAIS SOBRE ENTRADA DE ENERGIA E CENTRO DE MEDIÇÃO? LEIA NOSSO ARTIGO: http://www.exclusivaengenharia.com.br/centro-de-medicao
2- PRUMADAS ELÉTRICAS
As prumadas elétricas são as instalações que partem do centro de medição e alimentam cada um dos apartamentos. De forma semelhante ao exposto em relação à Entrada de Energia e ao Centro de Medição, é necessário avaliar alguns pontos:
- Os condutores das prumadas elétricas estão em bom estado? A isolação não está danificada e/ou quebradiça?
- Os condutores possuem capacidade elétrica para suportar a instalação dos aparelhos de ar-condicionado, principalmente quando em uso simultâneo com outros equipamentos (chuveiro elétrico, microondas, fornos de indução, etc.)
- Os dispositivos de proteção (disjuntores ou fusíveis) estão dimensionados corretamente e atendem às especificações normativas?
Figura 5. Exemplo de fio com a isolação ressecada e quebradiça, que pode favorecer fugas de corrente e curtos-circuitos.
Figura 6. Exemplo de disjuntores mal-dimensionados. A corrente de atuação é muito superior à capacidade das prumadas elétricas, ou seja, caso haja sobrecarga, os disjuntores não atuarão, incorrendo em sobreaquecimento, risco de danos à isolação dos condutores e, em última instância, até mesmo princípio de incêndio.
3- INSTALAÇÕES NO INTERIOR DOS APARTAMENTOS
Estas instalações são de responsabilidade do próprio morador, que fundamentalmente deve contar com a orientação de um profissional especializado para avaliá-las e, se necessário, repará-las. Como já descrito, o ar-condicionado é um equipamento de relativa alta potência e que, portanto, demanda certos cuidados.
Para instalar um aparelho de ar-condicionado, é imprescindível verificar se a fiação existente atende à corrente demandada pelo equipamento. É altamente recomendável instalar um circuito individualizado para tal, isto é, aquela fiação alimentar tão somente o(s) aparelho(s) de ar-condicionado. Além disso, deve-se verificar se o disjuntor possui corrente de atuação compatível com a capacidade desta fiação.
Quando da avaliação das instalações elétricas, não se esqueça de exigir a Anotação/Termo de Responsabilidade Técnica (ART/TRT), pois este documento atesta a responsabilidade do profissional especializado pela execução dos serviços.
Figura 7. É fundamental contar com a orientação de um profissional especializado para avaliar as instalações internas do apartamento e, em caso de necessidade, para adequá-las para a instalação do ar-condicionado.
